>> Histórico >> O Projeto Internet 2 << Voltar

A nova era de aplicações da Internet está surgindo. Se o desenvolvimento continuar nesse passo, uma variação da próxima geração de aplicações - com potencial para revolucionar a pesquisa e o aprendizado e ainda transformar a comunicação todos os dias entre empresas, famílias e amigos - emergirá em poucos anos.    Nos EUA, a mais notável destas iniciativas é chamada Internet 2, ou I2. Formada em 1996 por 34 universidades, o projeto Internet 2 teve um crescimento que abrange mais de 140 universidades e inclui várias corporações e parceiros internacionais.

    Em janeiro de 1997, mais de 100 universidades americanas já haviam assumido compromisso formal em participar do projeto. No mesmo ano, a CANARIE - Canadian Network for Advanced of Research Industry and Education, foi a primeira rede fora dos EUA a inaugurar um acordo de cooperação internacional para participação na Internet 2. Desde então, a demanda para o estabelecimento de acordos internacionais para conexão à Internet 2 tem sido cada vez maior. Essa tendência tem promovido a implantação de enlaces internacionais que vão assegurar a interoperabilidade global de redes avançadas, permitindo a colaboração entre centros de pesquisa, universidades e demais instituições acadêmicas em todo o mundo para o desenvolvimento de tecnologias de rede de última geração.

    A participação de instituições estrangeiras na Internet 2 é estabelecida através de "Memorandos de Entendimento", conhecidos como MoU (Memorandum of Understanding), ou seja, documentos que estabelecem acordos de trabalho mútuo com o objetivo de fixar metas comuns aos países ou redes participantes do projeto. A participação dessas instituições, assim como a de membros norte-americanos, é aberta, ou seja, qualquer organização com interesse em estabelecer uma relação baseada em um MoU com a Internet 2, e com condições técnicas para tal, poderá fazê-lo. Em geral, as instituições interessadas são organizações comprometidas em atingir metas similares às da Internet2 em seus respectivos países, além de universidades, centros de pesquisa e instituições sem fins lucrativos.

    A arquitetura física da rede eletrônica que dá suporte à Internet2 inclui a implantação de GigaPOPs. A função principal do GigaPOP é o gerenciamento da troca do tráfego Internet 2 de acordo com especificações de velocidade e qualidade de serviços previamente estabelecidos através da rede. Cada GigaPOP irá concentrar e administrar o tráfego de dados originados e destinados a um conjunto de universidades e centros de pesquisa localizados em uma mesma região geográfica. A troca de dados entre os GigaPOPs é realizada atualmente por uma rede de alto desempenho mantida pela National Science Foundation (NSF). Esta rede possui restrições quanto ao tipo de tráfego que transporta, permitindo seu uso apenas para as instituições acadêmicas participantes da Internet 2.

    Os enlaces com as redes estrangeiras são estabelecidos através de gateways de acesso nos dois backbones norte-americanos que dão suporte à Internet 2: o vBNs - Very High Performance Backbone Network System, da NSF, e a ABILENE, da UCAID - (University Corporation for Advanced Internet Development) e empresas de tecnologia. O vBNS utiliza IP sobre rede ATM, enquanto a rede Abilene usa enlaces OC-48 em SONET sobre ATM no backbone, e participantes podem conectar-se à OC-3c (155Mbps) ou OC-12c (611Mbps). Atualmente o consórcio Internet 2 conta com o apoio e a participação não só do grupo inicial de universidades, mas também de centros de pesquisa, agências do governo e membros da indústria dedicados ao desenvolvimento de novas tecnologias Internet de alto desempenho.

    A meta do projeto é desenvolver aplicações avançadas da Internet que promovem a pesquisa e a educação das universidades e, então, transferir o conhecimento e a tecnologia para a larga comunidade Internet. No começo, a intenção era conseguir que as aplicações que não funcionassem ou não funcionassem muito bem, passassem a funcionar. Mas o entusiasmo e o interesse pela I2 fez com que as novas aplicações tivessem largura de banda, latência, jitter e necessidade de coordenação - todos os desafios que devem ser encontrados em uma rede no modo fim-a-fim.

    A lista de aplicações que está sendo usada ou desenvolvidas por membros I2 é grande. Algumas das aplicações de pesquisa incluem modelo científico remoto e instrumento de controle, alta performance de computação distribuída e navegação de bancos de dados de grande escala. Outras aplicações facilitam a educação em universidades com I2 e inclui alta resolução interligada à realidade virtual para colaboração multisite, treinando, o ensino à distância, imagens de diagnósticos médicos em tempo real e bibliotecas de áudio e vídeo.

    Uma das mais fascinantes aplicações envolve uma colaboração em ambiente virtual chamada CAVE, que permite ao usuário ver, ouvir e até mesmo sentir um evento semelhante a um encontro ou um show comercial em tempo real. É um cubo de lados iguais e dimensões de uma pequena sala, às vezes com uma parede removível. Usuários entram através dessa porta e, usando óculos 3D e um mouse de rádio freqüência, eles podem interagir com imagens de alta resolução, projetadas nas paredes e chão da CAVE, garantindo a sensação de imersão. Luvas especiais permitem aos usuários experimentar o senso do tato - cumprimentando, por um instante - outros usuários em ambiente CAVE, em até mesmo outro continente. A CAVE está, cada vez mais sendo usada comercialmente, não ainda na rede pública, mas em de redes privadas. O próximo passo é trazer este conceito de realidade virtual para o desktop.

    A aplicação da CAVE é apenas um exemplo para mostrar que a Internet 2 já é realidade e permite a implementação de novas aplicações, até então inviáveis na Internet 1.